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Foto do escritorCamila Seixas

O poder do NÃO!

Primeiramente, você quer ou não quer?

Para começar a falar deste assunto precisamos falar que: dizer “não” para alguém não é falta de educação (a não ser que você esteja sendo grosseiro).


Dizer não às pessoas, parece ser algo extremamente ofensivo, então grande parte das vezes fazemos as coisas para não magoar ninguém.


Vai me dizer que você não se sente extremamente desconfortável ao receber uma negativa?

Isso acontece porque na nossa cultura, falar “não” para as pessoas é falta de respeito, e você até acaba saindo com arrogante.


E quando recusamos algo, imediatamente vem a vontade de se justificar, de dizer o motivo da sua negação.

Muito ao contrário do “sim”, que dizemos e todos já parecem satisfeitos com as 3 letras.


Como dizer não

Receber aquele "NÃO" sonoro, dá sim um desconforto, você fica até desnorteado, porque não é costume de ninguém falar daquela forma.

E é ai que está: dizer “não” não é costume.


Passo N°1

Normalize o “não” como qualquer outra coisa que falamos, como o “sim”, por exemplo.

Comece a ver que é normal tanto receber uma negativa quanto falar não para alguém.


Passo N°2

Sempre ouvimos um “Porque não, não é resposta” mas como já diria Dona Hermínia “Porque não é resposta SIM!”

Temos que aprender a dizer “não” sem sentir a necessidade de explicar.

Claro, se há uma necessidade de explicação, aí você explica, mas se você não quer fazer tal coisa apenas diga: “Não, por que eu não quero”.


Passo N°3

Dizer não pode sim ferir outra pessoa sim, como qualquer outra coisa que também podemos falar. A questão é: diga não de uma forma tranquila. Não use o “não” de uma forma agressiva como estamos acostumados a ver.

Além disso, não fira a si mesmo fazendo coisas que não quer só porque outra pessoa pediu!


Passo N°4

Se ainda tiver a necessidade de explicar a sua negativa, tudo bem, pode fazer! O importante é estar confortável com a resposta mesmo que para isso você queira explicar o motivo.

A dica principal neste passo é ser sincero: não minta.

Afinal, não tem coisa mais chata do que fazer coisas que você não quer só por que não conseguiu recusar.


Passo N°5

Quanto mais treinar, mais fácil fica!.

Tudo é possível de se aprender, basta treinamento! É uma verdade universal de que se alguém consegue fazer determinada coisa, você também é capaz, se não, o mundo não seria nada.

Saiba dizer não quando é necessário, principalmente se o pedido envolve seu precioso tempo e bem estar.


Deixe de lado as chantagens emocionais

“Ah mas fulano vai ficar chateado”. Uma coisa é fato, nunca ninguém vai conseguir agradar a todos!


Em seu livro “O caminho do Artista”, Julia Cameron comenta em um capitulo que, deixar de fazer o que queremos (não dizer não) é um enorme bloqueio de criatividade e uma autodestruição.

Ela chama isso de “Armadilha da Virtude” que pode ser definida mais ou menos como “Eu desisto da de algo que quero fazer, para poder te ajudar”.


A autora em seu livro dá vários exemplos relacionados a isso como:

“Uma mulher com dois filhos pequenos quer fazer um curso de cerâmica. O horário coincide com alguns treinos de futebol do filho, o que é impediria de estar ali sempre torcendo por ele. Desiste da cerâmica que tanto queria fazer e cumpre o papel de boa mãe - remoendo seu ressentimento na arquibancada.”
“Um jovem pai com sério interesse por fotografia anseia por um espaço em casa para praticar. A instalação de um quarto escuro exigiria dinheiro da poupança e adiaria a compra de um sofá novo. Ele desiste do quarto escuro, mas compra o sofá.”

Aqui podemos ver pessoas que abriram mão das coisas que realmente queriam, pelo bem estar de outras pessoas. Pegou a ideia?


Em seguida ainda diz:

“Há um custo tremendo nessa virtude forçada […] Nós nos esforçamos para sermos bons, legais, prestativos e altruístas. Queremos ser generosos, servir, e estar no mundo. […] acabamos abandonando a nós mesmos. Para os outros, pode parecer que estamos ali. Podemos agir como se estivéssemos ali. Mas nosso verdadeiro eu está enterrado no buraco. O que nos resta é uma casca. Permanece ali porque está presa.”

Essa trecho fala muito sobre as nossas próprias vontades, que quando recusamos fazer algo por nós mesmo deixamos de ser verdadeiros com nosso eu. E Julia Cameron não podia estar mais certa!

Quando aceitamos fazer algo porque uma pessoa pediu, mas não estamos totalmente contentes com a proposta, falamos sim para não chateá-la ou para não parecer egoístas, mas Julia Cameron tem outra resposta para isso:

“ Temendo parecer egoístas, nós nos perdemos. Tornamo-nos autodestrutivos.”

Somos autodestrutivos porque silenciamos nossas vontades. Silenciamos o nosso eu verdadeiro para dar espaço a vozinha da nossa cabeça que insiste em falar que recusar aquele pedido irá te transformar num monstro egoísta e que não ajuda o próximo.


A autora ainda completa dizendo:

“Muitas pessoas presas, na armadilha da virtude, […] construíram um falso eu que parece ótimo para o mundo e obtém aprovação social. Esse falso eu sempre paciente, disposto a abrir mão das suas necessidades para atender os outros.”

Mentir para nós é uma forma de autodestruição! Mascarar o que queremos e colocar outra voz para assumir o controle do que desejamos é autodestruição. É desrespeitar completamente quem você é.


E por fim:

“O verdadeiro eu é um personagem perturbador, saudável e ocasionalmente anarquista, que sabe brincar, sabe dizer não aos outros e sim a si mesmo. […] Criativos presos na armadilha de virtude ainda não consegue aprovar o seu verdadeiro eu. Não consegue mostrá-lo ao mundo sem temer a desaprovação permanente.”

O medo da desaprovação das suas vontades também é um bloqueio. Não gostamos de ser chamados de algo que sabemos que não somos, como egoísta, arrogante ou egocêntrico, mas também devemos aprender a deixar de “ser bonzinhos” para que sejamos aceitos.


Quando dizer não

Mesmo após os exemplos do livro de Julia Cameron, ainda sentimos a necessidade de ser bons!

A parte principal disso tudo é: quando devo dizer não?


Fazer favores todos nós fazemos, porque gostamos da pessoa, ou é um favor rápido de ser feito, coisa simples e que ainda pode nos ajudar a desenvolver como pessoa.


Mas quando o favor ou a “obrigação” demanda TEMPO e DINHEIRO, é nesse momento que devemos ponderar se realmente queremos e precisamos a nos submeter a isso.

Um bom exemplo disso é, todos nós (ou a grande maioria) sempre teve aquele pai, ou parente que nos obrigava a estudar determinada coisa, mesmo que odiássemos até o fundo da nossa alma aquele curso.

Veja bem, isso demanda muito tempo de nossa vida, seja um curso, escola, ou até uma faculdade de medicina que envolve anos e anos de estudo.


Imagina como seria a sua vida fazendo algo que você não gosta (e provavelmente odeia com todas as foças) só por que ALGUÉM quis isso por você, e na hora de dizer não, você aceitou de bom coração.

Devemos ser gratos pelo que as pessoas nos oferecem, mas temos que pensar nas nossas próprias escolhas e vontades!


E outra coisa, quem não respeita suas opiniões e nem aceita receber um "não, por que eu não quero" não deve estar ao seu lado. Ou você vai ficar tentando agradar pessoas que não fazem questão para o que você quer de verdade?


Diga não quando você quiser! Você não é obrigado a nada. :)

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